Série 1: O Banquete que Ninguém Vê: Deus te Serve Primeiro | Devocional
- Flávio Macieira
- há 2 dias
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Por: Pastor Flávio Macieira
Capítulo 4
O Banquete que Ninguém Vê

Após a inquietação de nos vermos como meros técnicos da Palavra, a graça de Deus nos abre uma porta para um salão de banquetes. A verdade que começa a trazer esperança à nossa alma sedenta é esta: Deus não nos chama para servi-lO a partir de um estômago vazio. Antes de nos enviar para alimentar o rebanho, Ele insiste em nos sentar à Sua mesa para um banquete particular. O serviço mais eficaz não nasce da nossa fome por resultados, mas do nosso deleite na provisão do Mestre.
A imagem mais poderosa desta provisão está no Salmo 23, um texto que tantas vezes recitamos para os outros em seus vales de sombra e morte, mas que raramente reivindicamos para a nossa própria exaustão. Davi, o pastor-rei, declara com uma confiança espantosa: "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos" (Salmo 23:5). Observe a audácia desta cena. A mesa não é posta em um tempo de paz, longe dos conflitos. Ela é arrumada deliberadamente no campo de batalha, à vista dos inimigos – sejam eles a pressão ministerial, a crítica, a dúvida ou o cansaço. Deus não espera que a guerra acabe para nos nutrir; Ele nos alimenta durante a guerra.
Esta mesa é o banquete que ninguém vê. Enquanto o mundo observa nossa performance no púlpito, Deus nos convida para a intimidade da Sua mesa. Enquanto a congregação se alimenta do pão que partimos, Deus nos oferece o maná que só Ele pode dar. A tragédia silenciosa de muitos ministérios é a de um anfitrião que passa a noite inteira servindo iguarias aos seus convidados, mas que, ao final da festa, percebe que não comeu nada. Deus, em Sua misericórdia, inverte essa lógica. Ele nos senta primeiro. Ele nos serve primeiro. Ele enche o nosso cálice até transbordar.
Pense em um chef de cozinha de um restaurante renomado. Antes de abrir as portas para uma noite movimentada, antes de enfrentar a pressão das comandas e a expectativa dos clientes, ele muitas vezes prepara para si mesmo uma pequena refeição com os melhores ingredientes. Ele não faz isso por egoísmo, mas por necessidade. Ele precisa de força, de inspiração e, acima de tudo, de se lembrar do sabor e da alegria que o levaram a cozinhar em primeiro lugar. Nosso tempo devocional é este momento. Não é um fardo a mais em um dia lotado, mas um convite divino para provar e ver que o Senhor é bom, para nos reapaixonarmos pela verdade que pregamos.
A esperança, portanto, não está em tentarmos ser mais disciplinados por pura força de vontade. A esperança está em redescobrirmos o convite. Deus não está de braços cruzados, esperando que nos esforcemos para chegar até Ele. Ele é o anfitrião ativo, que já preparou a mesa, já dispôs o banquete e nos chama pelo nome, dizendo: "Venha. Sente-se. Coma. Antes de servir, seja servido". Aceitar este convite não é um desvio do ministério; é o seu ponto de partida.










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