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A RESPOSTA DA GRAÇA

Por: Pastor Flávio Macieira - 2025 Série: Firmes sob Fogo (Dia 3/3)

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Imagine um químico experiente manuseando um frasco com um líquido volátil e corrosivo. Um novato, ao ter uma gota derramada em sua luva, reagiria com pânico, sacudindo a mão e espalhando o ácido, causando uma queimadura ainda maior. O mestre, no entanto, permanece calmo. Ele não ignora o perigo, mas o respeita. Com precisão, ele pega outro frasco, contendo uma base neutralizante, e aplica uma pequena quantidade sobre o ácido, que borbulha por um instante e se torna inofensivo como água. A sabedoria não estava em reagir com a mesma força, mas em aplicar o elemento certo para neutralizar o perigo.


Meu caro pastor, a crítica verbal muitas vezes é como esse ácido: volátil e corrosivo. E nossa reação natural, nossa resposta de "novato", é sacudir as mãos em pânico. Nós nos defendemos, argumentamos, elevamos a voz, apontamos as falhas do crítico. Tentamos combater ácido com mais ácido, e o resultado inevitável é uma explosão de amargura, contenda e relacionamentos queimados. A batalha é vencida, talvez, mas a guerra pela unidade e pelo testemunho é perdida.

É para este nosso impulso carnal de autodefesa que a Palavra nos oferece a sabedoria do


Mestre Químico, apontando para o exemplo supremo de Cristo:

"Quando o insultavam, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça." (1 Pedro 2:23, NVT). E o sábio já nos havia ensinado: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." (Provérbios 15:1, NVT).

A resposta de Cristo não é fraqueza; é o poder sob controle. É a força de Alguém cuja identidade é tão segura (nosso tema de ontem) que Ele não precisa vencer a discussão para saber Quem É. A "resposta branda" não é um sinal de passividade, mas a base neutralizante da graça, aplicada com sabedoria. Responder com graça não significa concordar com a crítica ou permitir o abuso. Significa, antes de tudo, pausar e filtrar a crítica na presença de Deus, perguntando: "Senhor, há um pingo de verdade neste ácido que eu precise humildemente receber? Ou isto é puro veneno que eu devo entregar em Tuas mãos, meu justo Juiz, sem permitir que corroa minha alma?".


Essa postura desarma o crítico, protege nosso coração da amargura e, mais importante, coloca em exibição um tipo de amor que o mundo não consegue entender. É a resposta que transforma um ataque em um testemunho.


Para que esta graça se torne nossa primeira reação, e não a última, precisamos de uma disciplina espiritual intencional.


Da próxima vez que receber uma crítica – seja pessoalmente, por mensagem ou em redes sociais –, imponha a si mesmo uma "quarentena de 24 horas" antes de responder. Use esse tempo não para formular sua defesa, mas para levar a crítica a Deus com a "Oração do Filtro": "Senhor, há verdade aqui que eu precise ouvir? Dê-me humildade para recebê-la. Há veneno aqui que eu precise rejeitar? Dê-me segurança para descartá-lo. No final, mostra-me como responder de uma forma que reflita a Tua graça."


A verdadeira maturidade não está em nunca ser criticado, mas em como reagimos quando somos.


  1. Lembre-se da última vez que respondeu a uma crítica. Sua resposta foi movida pelo desejo de se justificar ou pelo desejo de refletir o caráter de Cristo?

  2. O que, em seu coração, mais o impede de dar uma "resposta branda"? É o orgulho ferido? O medo de parecer fraco? A necessidade de ter a última palavra?

  3. Como a disciplina de esperar e orar antes de responder poderia transformar a atmosfera de sua igreja e de seus relacionamentos?


Agora, peçamos ao Espírito Santo que produza em nós o fruto de uma resposta que o mundo não pode fabricar.


Senhor Jesus, Tu és meu exemplo. Diante do veneno e da injustiça, não pagaste o mal com o mal, mas confiaste no Pai. Eu confesso que meu primeiro instinto é o oposto. Meu orgulho grita por defesa. Peço que me perdoes e me transformes. Enche-me com Teu Espírito para que, quando o ácido da crítica vier, minha primeira reação seja correr para Ti. Dá-me sabedoria para discernir, humildade para aprender e uma graça sobrenatural para responder de um modo que te glorifique. Em Teu nome, Amém.

Nossa resposta a uma crítica revela menos sobre o nosso crítico e mais sobre quem realmente governa o nosso coração.

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