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A PRÁTICA - GUARDANDO O SÁBADO DA ALMA

Por: Pastor Flávio Macieira - 2025

Série: A Ovelha por Trás do Cajado (Dia 3/3)

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Imagine um soldado na linha de frente de uma batalha intensa. Ele luta com bravura, avança, defende seu posto. Mas chega um momento em que sua munição está no fim, seu corpo está exausto e sua mente, fadigada pelo estresse constante. O general, em sua sabedoria, não o chama de fraco. Pelo contrário, ele ordena uma retirada estratégica, não para fugir da luta, mas para ir à retaguarda, reabastecer as munições, cuidar dos ferimentos e descansar o corpo, para que possa voltar à batalha mais forte e eficaz. Recusar-se a recuar não seria um ato de bravura, mas de insensatez, que comprometeria a si mesmo e a toda a sua unidade.


Meu caro pastor, nós estamos em uma batalha espiritual. A linha de frente é o púlpito, o gabinete, o hospital, o lar enlutado. E nós lutamos com tudo o que temos. O perigo é que começamos a acreditar na mentira de que uma retirada estratégica para descanso e reabastecimento é um sinal de falta de fé ou de compromisso. Confundimos exaustão com dedicação e vemos o descanso como um luxo, e não como uma ordem do nosso Comandante Supremo. A agenda pastoral, com suas demandas intermináveis, parece nunca oferecer uma pausa. A verdade é que ela nunca oferecerá; a pausa precisa ser conquistada e guardada.

É para o nosso coração de soldado, cansado e relutante em parar, que Jesus nos entrega não um fardo, mas uma bandeira de liberdade e sabedoria:

"Então Jesus lhes disse: 'O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado'." (Marcos 2:27, NVT)

Nesta frase, Jesus vira a religiosidade de cabeça para baixo. O sábado – o princípio do descanso – não é uma caixa legalista na qual devemos nos encaixar para agradar a Deus. É um presente. Uma tenda de refrigério montada pelo próprio Criador, que nos conhece melhor do que nós mesmos e sabe que nossa finitude exige pausas rítmicas. Guardar um "sábado para a alma" não é fugir do ministério; é o ato de fé mais corajoso que podemos praticar. É fincar uma bandeira no solo da nossa semana e declarar: "Por estas horas, eu confio que Deus pode sustentar Sua igreja sem a minha atividade frenética. Agora, eu vou me reabastecer n'Ele."

Se não construirmos intencionalmente estas trincheiras de descanso em meio

à batalha, seremos inevitavelmente vencidos pelo desgaste. O descanso deliberado não é o oposto do trabalho; é o que sustenta o trabalho a longo prazo.

Para que este princípio saia da teoria e se torne uma realidade em sua vida, é preciso um passo prático e corajoso.


Abra sua agenda agora. Encontre um bloco de pelo menos três horas na próxima semana. Marque-o como "Sábado da Alma" e o proteja com o mesmo zelo com que protege uma reunião de diretoria ou a preparação do sermão. Use esse tempo para algo que encha seu reservatório sem ter a ver com "produção" ministerial: um hobby, uma caminhada na natureza, ler um livro de ficção, tomar um café sem pressa com sua esposa. Não negocie esse tempo.


A verdadeira transformação acontece quando nossa teologia sobre o descanso se torna nossa prática semanal.


  1. Quais são as mentiras que você acredita sobre o descanso? (Ex: "Descansar é para os fracos", "Se eu parar, tudo desmorona", "Não tenho tempo para isso").

  2. Se você tivesse três horas livres e sem culpa nesta semana, o que você, honestamente, faria para reabastecer sua alma (e não apenas para "se distrair")?

  3. Quem ou o que você teme que seria negligenciado se você tirasse um tempo para si mesmo? Essa crença se sustenta à luz da soberania de Deus?


Agora, vamos entregar nossa exaustão e nosso calendário ao Senhor do Descanso.


Senhor, meu Comandante, eu confesso que muitas vezes luto até a exaustão por medo de parar. Perdoa-me por tratar Teu presente do descanso como um fardo ou um luxo. Dá-me a coragem de ser um bom mordomo não apenas do meu trabalho, mas também do meu limite. Ajuda-me a agendar e a proteger um tempo para reabastecer minha alma, confiando que Tu és quem guarda a Tua Igreja. Que o meu descanso seja um ato de adoração e de confiança em Ti. Em nome de Jesus, Amém.

O burnout ministerial raramente é fruto de um único dia de trabalho intenso; ele é o resultado de incontáveis sábados que foram roubados.

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