A FÉ HONESTA QUE ABRAÇA A DÚVIDA
- Flávio Macieira
- há 1 dia
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Por: Pastor Flávio Macieira – 2025 | Série "FÉ NAS SOMBRAS"

Imagine dois tipos de fé. A primeira é uma fé de vitrine: impecável, barulhenta, que parece ter todas as respostas e nunca admite fraqueza. Ela nega a escuridão, finge que as ondas não existem e julga quem tem medo. A segunda é uma fé de trincheira: marcada, cansada, cheia de perguntas e, por vezes, silenciosa. Ela não tem todas as respostas, mas se agarra com uma teimosia santa à única coisa que lhe resta. Nossa cultura de igreja, muitas vezes, celebra a primeira e marginaliza a segunda. Mas a Bíblia surpreendentemente faz o oposto. E se a dúvida honesta não for o oposto da fé, mas a própria condição de uma fé que está viva e lutando no mundo real?
Em um dos encontros mais crus dos Evangelhos, um pai desesperado traz seu filho a Jesus. Após uma tentativa frustrada dos discípulos, o pai olha para Jesus com uma honestidade que corta a alma. Jesus diz que tudo é possível para quem crê. A resposta do pai é, talvez, a oração mais honesta da Bíblia: “Imediatamente, o pai do menino exclamou: ‘Eu creio! Ajude-me a vencer minha incredulidade!’” (Marcos 9:24, NVT).
E o que Jesus faz? Ele o repreende? Ele o expulsa por ter uma fé "contaminada" pela dúvida? Não. Jesus age. Ele cura o menino. Jesus não respondeu à perfeição da fé do pai, mas à direção dela. O homem estava em dúvida, mas estava olhando para Jesus. Ele estava incrédulo, mas estava pedindo ajuda.
Este é o alívio, a permissão que nossa alma precisa. O oposto da fé não é a dúvida; é a indiferença. A dúvida é a dor de uma fé que se importa o suficiente para lutar com a realidade. A fé não é a ausência de perguntas; é a recusa em aceitar respostas fáceis. A fé não é um escudo que bloqueia a dor; é uma âncora que nos firma nela. A fé não é ver no escuro; é segurar a Mão de quem vê. A dúvida honesta não choca a Deus. Ela é o campo de treinamento para uma fé madura.
Para viver essa honestidade hoje, adote a oração deste pai. Pare de pedir a Deus uma fé perfeita e sem perguntas. Em vez disso, seja honesto. Diga a Ele exatamente onde sua fé termina e seu medo começa. Apresente a Ele sua "incredulidade" e peça que Sua graça a encontre exatamente ali.
Para aprofundar essa entrega, reflita honestamente sobre estas questões:
Você foi ensinado que ter dúvidas era um sinal de fraqueza ou pecado? Como isso moldou sua maneira de orar?
Qual é a sua "incredulidade" hoje? Qual é a área em que você diz "Eu creio!", mas uma parte sua ainda grita "Ajuda-me!"?
Como a reação de Jesus a este pai muda sua percepção sobre o que Deus espera de você em seus dias de dúvida?
Vamos levar essa verdade ao Pai em oração: Pai, por tanto tempo eu tentei Te oferecer uma fé que eu não tinha. Eu escondi minhas dúvidas e fingi estar forte. Mas hoje eu venho a Ti como aquele pai: Eu creio! Eu creio que Tu és bom, que Tu és soberano. Mas, por favor, ajuda-me a vencer minha incredulidade. Ajuda-me nas áreas onde meu coração está com medo e minha mente está confusa. Obrigado por receber minha fé honesta, e não minha perfeição fingida. Em nome de Jesus. Amém.
A dúvida honesta não é o fim da fé; é o seu campo de treinamento. Hoje, demos permissão para a dúvida honesta. Mas o que acontece quando a dúvida persiste por dias, meses ou anos? O que nos segura quando os nossos sentimentos de fé desaparecem completamente e tudo o que resta é o silêncio e o vale? Amanhã, vamos procurar pela âncora que nos firma quando a emoção se vai.
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