ÁGUAS TRANQUILAS

Por: Pastor Flávio Macieira - 2025 | Dia 6 da série "A PAZ QUE EXCEDE"

Você se lembra da sensação de mergulhar a mão num lago perfeitamente calmo, ao amanhecer? A água está como um espelho, o silêncio é quebrado apenas pelo som suave das ondulações que seus dedos criam. Há algo profundamente terapêutico nesse gesto. O simples ato de tocar a quietude parece transferir essa calma para dentro de nós. Por um momento, a agitação do mundo desaparece, e tudo o que existe é a serenidade daquele toque, daquelas águas tranquilas.

A paz de Deus, muitas vezes, chega assim. Não como um trovão, mas como um toque suave na superfície agitada da nossa alma. Depois de dias lutando no labirinto da mente, carregando o peso invisível, tentando desatar os nós e firmando a âncora na tempestade, chega o momento em que Deus nos convida a simplesmente parar. A parar de lutar e a apenas sentir a Sua presença acalmando nossas águas interiores.

Depois de nos dar as disciplinas, Paulo descreve a experiência:

“Então vocês experimentarão a paz de Deus, que excede todo o entendimento e que guardará seu coração e sua mente em Cristo Jesus.” Filipenses 4:7 (NVT)

"Então vocês experimentarão...". A paz de Deus não é um conceito teórico; é uma experiência vivida. E sua principal característica é que ela "excede todo o entendimento". Em outras palavras, é uma paz que não faz sentido. É a calma no meio do diagnóstico difícil. É a serenidade na véspera da crise financeira. É o descanso quando todas as circunstâncias gritam para nos desesperarmos. Não é uma paz que vem da ausência de problemas, mas uma paz que floresce apesar dos problemas.

Eu confesso que passei grande parte da minha vida procurando uma paz lógica. Uma paz que viesse da resolução dos meus problemas. "Se eu pudesse apenas resolver isto, então teria paz. Se eu pudesse apenas alcançar aquilo, então descansaria." Paulo nos convida a uma paz de outra categoria. Uma paz cuja fonte não está na nossa compreensão ou no nosso controle, mas na própria presença de Deus guardando, como um sentinela, nossa mente e nosso coração.

Esta paz não é algo que conquistamos, mas algo que recebemos. É o resultado, o fruto que brota quando praticamos o que aprendemos nos dias anteriores: a entrega em oração, a ancoragem em Cristo, a guarda dos nossos pensamentos. Quando fazemos a nossa parte — a parte da confiança e da disciplina —, o Espírito Santo faz a Sua parte, derramando sobre nós uma calma que nossa lógica não consegue explicar.

Que tal mergulharmos as mãos nessas águas hoje?

Encontre o lugar mais silencioso que puder por cinco minutos. Não precisa orar com palavras. Não precisa tentar resolver nada. Apenas respire fundo. E a cada expiração, visualize as águas agitadas da sua alma se acalmando lentamente. Imagine a mão de Jesus tocando suavemente a superfície do seu coração, e as ondulações de paz se espalhando. Apenas descanse na Sua presença e receba a paz que Ele lhe oferece.

Para que a experiência da paz de Deus se torne mais frequente, vamos refletir juntos:

• Descreva um momento em que você sentiu uma paz que "excedia o entendimento", uma calma que não fazia sentido dadas as circunstâncias.

• Por que, para nós, é tão difícil aceitar uma paz que não conseguimos compreender ou controlar?

• Olhando para os passos anteriores (entrega, ancoragem, guarda da mente), qual deles você mais precisa praticar para "experimentar" a paz de Deus hoje?

Vamos pedir ao Príncipe da Paz que acalme nossas águas.

Senhor, Príncipe da Paz, eu venho a Ti com as águas da minha alma agitadas. Confesso que procuro paz em explicações, em soluções, em controle. Perdoa-me. Hoje, eu simplesmente peço para experimentar a Tua paz. A paz que o mundo não pode dar e que minha mente não pode entender. Acalma minha tempestade interior com o Teu toque suave. Guarda meu coração e minha mente em Cristo Jesus, e ensina-me a descansar em Ti. Amém.

A paz de Deus não é um quebra-cabeças para sua mente, mas um bálsamo para sua alma.

Essa mensagem falou com você? ✨

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