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Quando a Raiva Bate: O Prazo de Validade da Sua Indignação

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

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Sua raiva pode ser um sinal de que algo está errado; sua amargura é a prova de que você não entregou isso a Deus.

“‘Quando vocês ficarem irados, não pequem’. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao Diabo. [...] Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.” (Efésios 4:26-27, 31-32 NVI)

A raiva é, talvez, a emoção mais incompreendida e temida no universo cristão. Frequentemente, nós a associamos diretamente ao pecado, algo a ser suprimido e erradicado a qualquer custo. Contudo, a instrução de Paulo é surpreendentemente matizada. Ele não diz "Nunca fiquem irados", mas sim "Quando vocês ficarem irados, não pequem". Isso revela uma verdade profunda: a emoção da ira em si não é o problema. Ela pode ser um "sinalizador" moral, um alarme que Deus instalou em nós para nos alertar sobre uma injustiça, uma violação de limites ou uma ferida. Sentir a indignação queimar diante de uma maldade não é pecaminoso; o próprio Deus se ira contra o pecado. O perigo real não está na faísca inicial, mas no que fazemos com o fogo.


É aqui que entra a sabedoria prática e urgente de Paulo: "Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha". Deus, em Sua misericórdia, nos dá um "prazo de validade" para a raiva não processada. Por quê? Porque a ira que não é resolvida e entregue a Deus azeda na alma. Ela se transforma em algo tóxico: amargura, ressentimento, desejo de vingança. Paulo alerta que essa raiva guardada "dá lugar ao Diabo". Ela abre uma brecha em nossa defesa espiritual, um ponto de apoio para que o inimigo semeie divisão, ódio e tormento em nossos corações e relacionamentos. A raiva que levamos para dormir conosco acorda no dia seguinte mais forte, mais entrincheirada e mais perto de se tornar a perigosa amargura.


A solução bíblica, portanto, não é a negação, mas a substituição. Paulo nos ordena a nos livrarmos do veneno — "amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia" — e a preenchermos esse espaço vazio com o antídoto divino: "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente". E ele nos dá a motivação suprema para essa troca difícil: "assim como Deus os perdoou em Cristo". Nosso perdão aos outros não nasce da nossa própria capacidade moral, mas da memória e da gratidão pelo perdão imerecido que recebemos. Olhar para a cruz é o que nos dá a força para liberar quem nos feriu. Como Tiago nos ensina, “a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:20 NVI). A justiça pertence ao Senhor. A nós, cabe o caminho da cura, que passa por reconhecer a ira, entregá-la a Deus antes que ela crie raízes, e escolher ativamente o caminho da graça, da compaixão e do perdão.


Desafio Existe alguma raiva ou ressentimento que você tem "deixado dormir" com você? Hoje, tome a decisão de "apaziguar sua ira antes do sol se por". Escreva o nome da pessoa ou a situação, e em oração, declare a Deus que você entrega essa causa a Ele e escolhe liberar o perdão.


Hora de Refletir

  1. Qual é a diferença entre a emoção justa da ira (indignação) e o pecado de guardar rancor?

  2. Pense em uma situação recente em que sentiu raiva. Você conseguiu resolvê-la "antes do sol se por" ou a levou com você?

  3. Como a lembrança do perdão que você recebeu de Deus em Cristo pode motivá-lo a perdoar alguém que o feriu profundamente?

  4. De que forma prática você pode substituir um pensamento de raiva por um ato de bondade ou compaixão hoje?


Oração Senhor, confesso que muitas vezes deixo a raiva se transformar em amargura em meu coração, dando lugar a sentimentos que não te agradam. Peço perdão. Ajuda-me a ser rápido para ouvir, tardio para falar e tardio para me irar. Dá-me a graça de perdoar aos outros na mesma medida em que o Senhor me perdoou. Quero ser um canal da Tua bondade e compaixão, e não um prisioneiro do meu ressentimento. Em nome de Jesus, amém.

Não permita que a ferida de ontem se transforme no veneno de hoje.

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