top of page

O Poder que Invade o Quarto de Cima

Por: Pastor Flávio Macieira — 2025

Esta reflexão faz parte da série "O Profeta da Palavra e do Poder", inspirada nos temas do livro "A Terapia do Deserto".

ree

Deus se especializa em transformar o ponto final da nossa dor no ponto de partida do Seu maior milagre.


O e-mail chega às 17h03. "Lamentamos informar que seu perfil não foi selecionado...". O telefone toca, e a voz do outro lado da linha hesita. "Tenho más notícias...". O relatório médico fica sobre a mesa, as palavras borradas pelas lágrimas. São momentos em que a vida, como a conhecemos, para de respirar. Um sonho morre. Um relacionamento acaba. Uma esperança se apaga. É nesse quarto silencioso de perda, onde tudo parece terminado, que a história de uma viúva anônima e seu filho nos encontra hoje.


“Algum tempo depois o filho da mulher, dona da casa, ficou doente, foi piorando e finalmente parou de respirar. [...] ‘Que foi que eu te fiz, ó homem de Deus?’, ela gritou. ‘Vieste para lembrar-me do meu pecado e matar o meu filho?’” (1 Reis 17:17-18 NVI)

Na casa da viúva de Sarepta, o milagre da provisão havia se tornado uma rotina reconfortante. Mas a tragédia não pede permissão. O corpo do seu único filho, antes quente e cheio de riso, agora estava frio e imóvel em seus braços. Seu grito para Elias não foi de fé, mas de dor crua, a dor que busca um culpado. Elias não responde com um sermão. Ele age. Com o peso do menino e o peso do mundo em seus ombros, ele sobe para seu quarto, fecha a porta e trava sua própria batalha com Deus. Sua oração é um protesto, um questionamento visceral: "Ó SENHOR, meu Deus, trouxeste também desgraça sobre esta viúva... fazendo morrer o seu filho?". E então, num ato de fé desesperada, ele se estende sobre o corpo e clama: "Ó SENHOR, meu Deus, faze voltar a vida a este menino!".


Imagine um médico diante de um monitor cardíaco que exibe uma linha reta e um som contínuo. A ciência diz: "Fim". A biologia diz: "Irreversível". A razão humana se curva ao fato da morte. A fé, no entanto, opera em outra dimensão. Ela não ignora a linha reta, mas olha para além do monitor, para o Doador da Vida. A oração de Elias foi um ato de "desfibrilação espiritual". Ele não estava tentando reanimar o corpo com sua própria energia; estava clamando para que a Fonte de toda energia "religasse o circuito" da vida. Era um apelo à Causa Primeira, uma recusa em aceitar que a biologia tivesse a palavra final sobre o propósito de Deus.


Nossa cultura lida com a morte e a perda de duas formas: ou a nega com distrações ou a aceita com um fatalismo resignado. Oferecemos terapia do luto, grupos de apoio e memoriais — ferramentas importantes para processar a dor. Mas a narrativa subjacente é a da aceitação de um fim absoluto. O cristianismo entra nessa conversa com uma afirmação escandalosa e cheia de esperança: nosso Deus é um Deus que invade o território da morte. A ressurreição não é uma nota de rodapé em nossa teologia; é a manchete principal. A história de Elias em Sarepta é um vislumbre dessa verdade que seria plenamente revelada na tumba vazia de Jesus. O evangelho não oferece apenas consolo na perda; oferece a esperança de reversão da própria perda.


É impressionante notar que Deus não repreende ninguém nesta cena. Ele não repreende a viúva por sua acusação amarga, que culpava a presença de Deus por sua tragédia. Ele não repreende Elias por sua oração quase insolente, que questionava a bondade de Deus. Deus absorve a dor crua, a confusão e a raiva de ambos. Sua resposta não é uma lição de teologia sobre soberania, mas um ato de poder gracioso: a vida volta ao menino. A graça de Deus é grande o suficiente para acolher nossas perguntas mais duras e nossos sentimentos mais sombrios no meio do sofrimento. Ele prefere nossa honestidade quebrada à nossa piedade fingida.


Seu Próximo Passo de Fé

Identifique uma situação "morta" em sua vida — um sonho que acabou, uma esperança perdida, um relacionamento que parece sem conserto. Leve-a para o seu "quarto de cima" em oração esta semana. Seja brutalmente honesto com Deus sobre sua dor e sua decepção. Mas termine sua oração com o clamor de Elias: "Senhor, faze voltar a vida a esta área."


O Espelho da Alma

  1. Como você normalmente reage quando uma esperança ou um sonho morre em sua vida? Sua tendência é culpar a si mesmo, aos outros ou a Deus?

  2. Você acredita que Deus pode e quer trazer "ressurreição" para áreas mortas da sua vida hoje, ou vê isso apenas como uma esperança futura?

  3. A graça de Deus que acolhe a oração honesta e até raivosa de Elias te encoraja a ser mais verdadeiro em suas próprias orações?


Oração

Senhor, Deus da Ressurreição e da Vida, nós Te louvamos porque Teu poder é maior que a morte. Nós trazemos a Ti as áreas "mortas" de nossas vidas. Confessamos nossa dor, nossa raiva e nossa confusão. E, como Elias, clamamos: "Faze voltar a vida!". Ensina-nos a lutar em oração com fé, mesmo quando não entendemos, e a confiar no Teu poder que pode fazer infinitamente mais do que pedimos. Em nome de Jesus, que venceu a morte, amém!

Deus se especializa em transformar o ponto final da nossa dor no ponto de partida do Seu maior milagre.

Gostou desta reflexão? Ela explora um dos momentos cruciais da jornada de 40 dias do livro "A Terapia do Deserto". Para uma imersão completa, adquira já o seu exemplar! Link: Livros | Propagando a Palavra.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança.

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
  • LinkedIn
  • Blogger
  • Amazon
  • Tópicos
  • Facebook
  • Youtube

©2022 por Propagando a Palavra. Orgulhosamente criado com GTJ

bottom of page