E SE O SEU ESFORÇO NÃO CONTASSE?
- Flávio Macieira
- 24 de out.
- 3 min de leitura
Por: Pastor Flávio Macieira – 2025 | Série "O ESCÂNDALO DA GRAÇA"

Imagine que você passou a vida inteira juntando moedas. Cada boa ação, cada sacrifício, cada disciplina espiritual era uma moeda depositada num cofre. O objetivo? Comprar a entrada para o banquete do Rei. Um dia, você finalmente chega aos portões, arrastando seu pesado cofre, orgulhoso do que acumulou. Mas o porteiro, com um sorriso gentil, diz: “A entrada é de graça. Aliás, sua moeda nem tem valor aqui dentro.” Essa ideia nos ofende. Nos choca. Gera uma tensão em nossa alma, porque fomos ensinados que tudo na vida tem um preço, que todo esforço merece uma recompensa. E se o nosso esforço, por mais sincero que seja, não apenas for insuficiente, mas for a moeda errada para a economia do céu?
A Palavra de Deus confronta diretamente essa nossa mentalidade de merecimento, como o apóstolo Paulo escreveu de forma inequívoca: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar.” (Efésios 2:8-9, NVT).
Paulo não está sendo sutil. Ele desenha uma linha clara e radical na areia: de um lado, a graça como um presente; do outro, as obras como uma tentativa de pagamento. A tensão que sentimos vem de uma suspeita terrível: se a salvação não depende em nada do meu esforço, então eu não tenho nenhum controle. E isso é assustadoramente libertador. A graça é um escândalo para o nosso orgulho. Ela anula nosso placar de méritos e nos coloca a todos no mesmo nível: mendigos diante de um Rei generoso. Aceitar isso significa abrir mão do nosso direito de nos vangloriar, de nos compararmos com os outros, de sentirmos que “merecemos” algo de Deus. É a verdade mais difícil e, ao mesmo tempo, a mais libertadora do Evangelho. Suas moedas de esforço não compram o favor de Deus, porque o favor de Deus nunca esteve à venda.
Para internalizar essa verdade libertadora, pense em uma área da sua vida onde você se sente secretamente orgulhoso do seu desempenho espiritual (sua disciplina, seu conhecimento, seu serviço). Agora, conscientemente, ofereça essa “conquista” a Deus como um troféu que você está disposto a abandonar. Em oração, declare que você confia não no que você faz para Ele, mas no que Ele já fez por você.
Para aprofundar essa entrega, reflita honestamente sobre estas questões:
Em que momentos você se pega “contando suas moedas” de boas obras, esperando algum tipo de retorno de Deus?
Por que a ideia de não ter controle sobre a própria salvação pode ser tão desconfortável para você?
De que maneira a comparação com a vida espiritual de outras pessoas é, na verdade, uma forma de se apoiar em suas próprias obras?
Vamos levar essa verdade ao Pai em oração: Senhor, eu confesso que muitas vezes transformei minha fé em uma transação comercial. Trago a Ti minhas moedas de esforço, esperando comprar o que Tu já me ofereces de graça. Perdoa meu orgulho. Ajuda-me a aceitar o escândalo do Teu presente imerecido. Que a minha única vanglória seja na cruz de Cristo, onde minha dívida foi paga por um amor que eu jamais poderia comprar. Amém.
A graça de Deus não suplementa nossos esforços; ela os substitui completamente. Ontem, identificamos o peso de tentar ser bom o suficiente. Hoje, confrontamos a chocante verdade de que nossos esforços são a moeda errada. Mas se nossas obras não pagam a dívida, o que pagou? Qual foi o preço da nossa liberdade? Amanhã, vamos olhar para o recibo da nossa salvação e experimentar o alívio avassalador de entender a obra consumada na cruz.
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