A Coragem de Dar o Último Pão
- Flávio Macieira
- 17 de jul.
- 4 min de leitura
Por: Pastor Flávio Macieira — 2025
Esta reflexão faz parte da série "O Profeta da Palavra e do Poder", inspirada nos temas do livro "A Terapia do Deserto".

Deus não pede o que você não tem; Ele pede que você confie Nele com o pouco que você tem, para que Ele possa mostrar o muito que Ele é.
Você já olhou para sua conta bancária, sua agenda ou sua energia emocional e pensou: "Estou no meu limite. Não tenho mais nada para dar"? Essa sensação de escassez é paralisante. Em tempos de crise, nosso instinto mais forte é o da autopreservação: proteger o pouco que nos resta, fechar a mão, garantir o nosso. Mas e se a solução de Deus para a nossa escassez for exatamente o oposto? A história da viúva de Sarepta nos convida a uma lógica divina que desafia todo o nosso instinto de sobrevivência.
“...‘Juro pelo nome do SENHOR, o teu Deus’, respondeu ela, ‘não tenho nenhum pedaço de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pouco de azeite numa botija. Estou apanhando uns dois gravetos para levar para casa e preparar uma última refeição para mim e para o meu filho, para que a comamos e depois morramos.’ Elias, porém, lhe disse: ‘Não tenha medo... Mas primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga-o para mim... Pois assim diz o SENHOR...: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará...’” (1 Reis 17:12-14 NVI)
Elias chega a Sarepta e encontra a viúva que Deus havia preparado. Mas ele a encontra no fundo do poço. Ela não tinha um banquete à sua espera; tinha uma sentença de morte. Sua resposta ao pedido de pão é um retrato do desespero absoluto. É neste momento de necessidade extrema que o profeta de Deus lhe faz um pedido que soa quase cruel: "primeiro faça um para mim". Ele a chama para colocar o propósito de Deus acima de sua necessidade mais básica e urgente. Contudo, o pedido radical vem acompanhado de uma promessa ainda mais radical: a provisão sobrenatural e contínua de Deus.
Imagine um agricultor em tempos de fome, segurando seu último saco de sementes. A lógica humana grita: "Cozinhe-as! É a sua última refeição!". Mas a lógica da fé, a lógica da agricultura, sussurra: "Plante-as". O agricultor sabe que precisa abrir mão do que tem na mão — enterrando as sementes preciosas no solo escuro, num ato de aparente perda — para receber a colheita multiplicada no futuro. Deus pediu à viúva que plantasse sua "última refeição" no solo fértil da Sua promessa. O ato de dar o primeiro pão a Elias foi o seu ato de semear em fé.
Nossa cultura opera sob uma "mentalidade de escassez". Somos ensinados a acumular, a proteger nossos ativos, a garantir nossa segurança primeiro. Consultores financeiros nos diriam para "cortar todos os gastos não essenciais" e jamais dar o que não temos. A economia do Reino de Deus, no entanto, opera frequentemente sob uma "mentalidade de abundância" que é ativada pela generosidade sacrificial. A viúva, ao dar, não perdeu; ela ganhou acesso a uma fonte inesgotável. O evangelho apresenta uma narrativa melhor sobre segurança: a verdadeira segurança não está no que guardamos, mas na fidelidade d'Aquele em cujas mãos semeamos.
Vamos ser honestos: o pedido de Elias parece, à primeira vista, um abuso de autoridade espiritual. É desconfortável. Mas a graça de Deus está no fato de que a promessa veio antes da exigência do sacrifício. Elias primeiro diz "Não tenha medo" e depois entrega a palavra de provisão do Senhor. Deus não estava tentando tirar o último pão da viúva; Ele estava lhe oferecendo a única porta de saída da morte certa. O convite para "dar primeiro" era, na verdade, um convite para "viver para sempre". A graça não eliminou o teste de fé, mas deu à viúva uma promessa sólida na qual se apoiar para poder passar no teste.
Seu Próximo Passo de Fé
Identifique uma área em sua vida onde você está operando com uma "mentalidade de escassez" (tempo, dinheiro, energia, afeto). Nesta semana, faça um pequeno ato de "dar primeiro". Doe 30 minutos do seu tempo para ouvir alguém. Dê uma pequena oferta sacrificial antes de pagar suas contas. Ofereça um elogio quando se sentir mais necessitado de um. Faça-o como um ato de fé, plantando sua semente na promessa de Deus.
O Espelho da Alma
Quando os recursos ficam escassos, sua tendência natural é reter ou compartilhar?
Como a analogia do "agricultor que planta a semente" muda sua visão sobre dar a Deus quando você sente que tem pouco?
Qual é o "último pão" que Deus pode estar lhe pedindo para confiar a Ele hoje?
Oração
Senhor, Deus da provisão abundante, perdoa-nos quando nossa fé se torna pequena diante de nossa aparente escassez. Perdoa nosso medo e nossa tendência a reter, em vez de confiar em Ti. Dá-nos um coração como o da viúva de Sarepta — um coração que ouve a Tua promessa e age com obediência sacrificial. Ajuda-nos a plantar com fé, sabendo que o Senhor é fiel para multiplicar nossas sementes para a Tua glória. Em nome de Jesus, amém!
A obediência sacrificial com o que temos na mão é a chave que abre o celeiro dos céus.
Gostou desta reflexão? Ela explora um dos momentos cruciais da jornada de 40 dias do livro "A Terapia do Deserto". Para uma imersão completa, adquira já o seu exemplar! Link: Livros | Propagando a Palavra.
Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança.










Comentários