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Verdadeiro Encontro, Vida Transformada

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

Ouvir falar de Deus é uma coisa; encontrá-Lo face a face muda tudo.

"Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado. [...] Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso me retrato e me arrependo no pó e na cinza." (Jó 42:2, 5-6 NVI)   

Após a manifestação avassaladora de Deus através da criação nos capítulos anteriores, chegamos à resposta final de Jó. Depois de tanto argumentar, lamentar e questionar, suas últimas palavras no diálogo são de uma clareza, humildade e profundidade transformadoras. É o ponto de virada definitivo, o resultado de um encontro genuíno com o Deus vivo.


Jó começa reconhecendo, sem reservas, a soberania e a onipotência de Deus: "Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (v. 2). Que contraste com suas dúvidas anteriores! Ele agora afirma a capacidade e o direito de Deus de governar o universo como lhe apraz.


Em seguida, e de forma crucial, Jó internaliza a pergunta que Deus lhe fizera (38:2) e admite sua própria ignorância: "Tu perguntaste: 'Quem é esse que obscurece o meu conselho sem conhecimento?' Certo! Falei de coisas que eu não entendia, coisas que me eram maravilhosas demais e que eu não conhecia" (v. 3). Ele reconhece que, em sua dor e perspectiva limitada, ousou falar sobre os mistérios divinos de forma presunçosa, "sem conhecimento". É uma confissão humilde de suas limitações intelectuais diante da sabedoria infinita de Deus.


O coração dessa transformação está no versículo 5: "Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram." Esta é talvez a declaração mais importante de todo o livro. Jó sempre conheceu a Deus – ele era um homem íntegro e temente a Deus desde o início. Mas seu conhecimento era, em grande parte, de "ouvir falar": baseado na tradição, na doutrina, talvez nas experiências passadas. Agora, após a teofania (a manifestação de Deus) no redemoinho, ele experimentou algo diferente: um encontro direto, pessoal, uma percepção vívida da majestade, poder e sabedoria de Deus. Ele "viu" – não necessariamente com os olhos físicos, mas com os olhos do coração, da alma.


Esse encontro real com a pessoa de Deus muda tudo. Não foram as respostas às suas perguntas sobre o porquê do sofrimento que o transformaram, mas a própria revelação de Quem Deus É.


E a consequência direta desse "ver" é o arrependimento profundo: "Por isso me retrato [ou me desprezo, me abomino] e me arrependo no pó e na cinza" (v. 6). Este não é o arrependimento por pecados específicos que os amigos exigiam. É um arrependimento existencial, uma repulsa por sua atitude anterior de contender com Deus, de questionar Sua justiça com base em conhecimento limitado. É uma mudança radical de postura, nascida da visão da santidade de Deus e do reconhecimento de sua própria condição diante Dele. Ele se vê corretamente à luz da glória divina e se rende completamente.


A jornada de Jó nos ensina que o objetivo final da nossa fé não é ter todas as respostas intelectuais, mas buscar um encontro genuíno com Deus. Conhecimento doutrinário é importante, mas não substitui a experiência transformadora de "ver" o Senhor em Sua majestade e graça. É nesse encontro que as perguntas mais profundas do nosso coração encontram não necessariamente uma explicação, mas uma Resposta na própria Pessoa de Deus.


Esse encontro nos leva, inevitavelmente, à humildade e ao arrependimento verdadeiro. Quando vemos Deus como Ele é, nossa autossuficiência se desfaz, e reconhecemos nossa total dependência Dele. O arrependimento que brota daí não é tristeza mórbida, mas um realinhamento alegre e libertador com a realidade de Deus. É interessante notar que Deus se manifestou a Jó enquanto ele ainda estava em seu sofrimento e questionamento, mostrando que Ele vem ao nosso encontro onde estamos. A vida eterna, afinal, é isto:

"...que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (João 17:3 NVI)

Conhecer a Deus pessoalmente, passar do "ouvir falar" para o "ver" – essa é a essência da fé transformadora.


Desafio: Como está sua busca por Deus? Você tem se contentado em apenas "ouvir falar" Dele através de sermões, livros ou tradições? Ou está buscando ativamente um encontro pessoal e transformador com Ele através da oração sincera, da meditação profunda na Sua Palavra e da adoração de coração aberto? Peça a Deus hoje que Ele se revele a você de uma maneira nova, que Seus "olhos o vejam".


Oração: Pai amado, confessamos que muitas vezes vivemos nossa fé baseados apenas no que ouvimos falar a Teu respeito. Ansiamos por mais! Queremos Te "ver", conhecer-Te de forma íntima e transformadora, como Jó Te conheceu. Revela-Te a nós, Senhor! Que um encontro com Tua santidade e Tua graça nos leve ao arrependimento genuíno, à humildade e a uma vida completamente rendida a Ti. Em nome de Jesus, amém.


Hora de Refletir:

  1. Qual a diferença prática em sua vida entre saber algo sobre Deus e realmente sentir que "viu" ou encontrou Sua presença?

  2. Por que você acha que o encontro com Deus foi mais transformador para Jó do que ter recebido respostas diretas para suas perguntas sobre o sofrimento?

  3. Que passos você pode dar para cultivar uma busca mais profunda por um encontro pessoal com Deus, indo além do conhecimento intelectual?

Um vislumbre da face de Deus vale mais que mil respostas e transforma tudo.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança e fé a outras pessoas, compartilhando esse conteúdo e apoiando nosso ministério com suas orações e doações. Acesse o link e saiba como: www.propagandoapalavra.com.br/ajude-o-ministério. E não deixe de compartilhar esta reflexão com seus amigos e familiares! Gostou deste post? Deixe seu comentário abaixo!

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