Quem Está no Controle?
- Flávio Macieira
- 10 de mai.
- 4 min de leitura
Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

Quando questionamos o governo de Deus, Ele nos convida a considerar se nós teríamos o poder para fazer melhor.
"Você pode anular a minha justiça? Ou me declarar culpado para justificar-se? [...] Ele [o Beemote] é o primeiro das obras de Deus..." (Jó 40:8, 19a NVI)
O silêncio humilde de Jó (40:4-5) parece não ser suficiente para Deus. Do redemoinho, a voz divina soa novamente, não ainda com consolo, mas com um aprofundamento do desafio. Deus quer que Jó (e nós) compreenda plenamente a vastidão que existe entre a perspectiva divina e a humana, especialmente quando se trata de poder, justiça e o governo do universo.
Deus retoma o confronto, pedindo que Jó se prepare novamente como um guerreiro (v. 7) e lança a pergunta penetrante: "Você pode anular a minha justiça? Ou me declarar culpado para justificar-se?" (v. 8). Essa é a essência da questão. Ao clamar por vindicação e questionar os caminhos de Deus, Jó estava, implicitamente, colocando seu próprio senso de justiça acima do de Deus. Assim, Deus o desafia: Se você acha que pode julgar Meus atos, então mostre que você tem o poder necessário para governar!
Deus ironicamente convida Jó a demonstrar atributos divinos: ter um braço poderoso como o Dele (v. 9), vestir-se de glória e majestade (v. 10), derramar sua ira sobre os orgulhosos e executar justiça perfeita sobre os ímpios em todo lugar (vv. 11-13). Se Jó pudesse fazer isso, Deus mesmo admitiria que a força de Jó poderia salvá-lo (v. 14). A lição é clara: a tarefa de governar o mundo com justiça perfeita exige um poder e uma sabedoria que pertencem somente a Deus. É uma tarefa impossível para mãos humanas.
Para ilustrar concretamente essa diferença de poder, Deus apresenta uma de Suas criaturas mais formidáveis: "Veja o Beemote" (v. 15). Frequentemente identificado como o hipopótamo (ou talvez uma criatura ainda mais imponente), Deus o descreve em detalhes impressionantes: sua força maciça concentrada nos lombos e músculos (v. 16), sua cauda robusta como o cedro, seus ossos como tubos de bronze e barras de ferro (vv. 17-18). Apesar de sua força, alimenta-se tranquilamente de erva (v. 15, 20) e descansa sob as plantas de lótus, imperturbável pelas correntezas do rio (vv. 21-23).
Deus o chama de "o primeiro [ou obra-prima] das obras de Deus" (v. 19a), uma demonstração magnífica de Seu poder criativo. E então, o ponto crucial para Jó: quem pode capturá-lo ou subjugá-lo (v. 24)? A resposta implícita é: nenhum ser humano.
A lição do Beemote é poderosa. Se Jó, um ser humano, não consegue nem mesmo dominar completamente uma das criaturas de Deus, como poderia ele ousar julgar ou corrigir o próprio Criador de todas as coisas? Como poderia entender os complexos caminhos da Sua providência e justiça no governo do universo? O Beemote é um lembrete físico e imponente do poder que está muito além da esfera humana, mas que está perfeitamente sob o controle Daquele que o criou (v. 19b).
Essa passagem nos chama, primeiramente, à humildade sobre nossos julgamentos. É fácil criticar as ações de Deus ou o estado do mundo quando não temos a visão completa nem o poder para intervir como Ele. Precisamos reconhecer nossas limitações.
Segundo, ela nos convida à confiança na soberania de Deus. Aquele que criou e governa o poderoso Beemote é o mesmo que está no controle de nossas vidas e da história. Mesmo o caos aparente está sob Seu domínio soberano. Isso nos traz segurança.
Terceiro, há um descanso em não precisar estar no controle. Que alívio saber que não carregamos o peso do universo em nossos ombros! Podemos focar em nosso papel – confiar, obedecer, amar, praticar a justiça em nossa esfera – e deixar o governo final nas mãos Dele. Como o salmista declara:
"O Senhor reina! Vestiu-se de majestade; sim, o Senhor vestiu-se de majestade e armou-se de poder! O mundo está firme e não se abalará." (Salmo 93:1 NVI)
Que possamos confiar Naquele cujo poder e justiça firmam o mundo.
Desafio: Pense em uma situação global ou pessoal que te causa frustração ou te leva a questionar "Quem está no controle?". Lembre-se do Beemote e da soberania de Deus. Faça um ato consciente de entregar o controle dessa situação a Deus em oração, pedindo humildade para confiar em Seus caminhos, mesmo que não os compreenda totalmente.
Oração: Soberano Senhor, Criador do céu, da terra e de criaturas magníficas como o Beemote! Reconhecemos Teu poder insondável e Tua justiça perfeita. Perdoa nossa arrogância quando questionamos Teus caminhos ou pensamos que poderíamos governar melhor. Ajuda-nos a ter humildade para aceitar nossos limites e a ter fé para confiar em Teu controle amoroso e soberano sobre todas as coisas. Que possamos descansar em Ti. Em nome de Jesus, amém.
Hora de Refletir:
De que forma a imagem do Beemote (poderoso, mas sob o controle de Deus) te ajuda a entender a diferença entre o poder divino e o humano?
Como a consciência da soberania de Deus sobre toda a criação pode trazer paz ou diminuir sua ansiedade em relação a problemas pessoais ou mundiais?
Em que área específica da sua vida você precisa "soltar o controle" e confiar mais na capacidade de Deus de governar?
Confiar no Soberano que controla até o Beemote traz mais paz do que tentar controlar o incontrolável.
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