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O Olhar Que Tudo Vê

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

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Mesmo quando a injustiça parece reinar, um olhar soberano acompanha cada passo.

"Ele pode deixá-los [os poderosos] sentir-se seguros, mas sobre os caminhos deles os seus olhos vigiam. Por breve tempo são exaltados e depois desaparecem..." (Jó 24:23-24a NVI)

Quem nunca se sentiu frustrado, talvez até indignado, ao ver pessoas agindo de forma claramente injusta ou corrupta e, aparentemente, prosperando sem consequências? Vemos notícias, observamos situações ao redor e o grito por justiça ecoa em nosso peito, muito parecido com o de Jó. Depois de descrever o sofrimento das vítimas e a ousadia dos que amam as trevas, Jó conclui o capítulo 24 lutando com a complexa questão do destino final dos maus. Ele observa a realidade desconcertante: às vezes, eles parecem seguros, exaltados.


Mas Jó também afirma sua fé – ou talvez seu desejo profundo – de que essa situação não é o fim da história. Sob a aparente desordem, ele vislumbra uma verdade fundamental: há um olhar divino que tudo acompanha, uma soberania que rege os tempos e garante o juízo final.


Primeiro, Jó nos lembra da perspectiva divina sobre a transitoriedade do mal. Nossos olhos podem se fixar na prosperidade momentânea do ímpio, mas Jó usa imagens fortes para descrever seu destino final: são como "espuma pela correnteza" (v. 18), consumidos pela "sepultura" (v. 19), esquecidos e quebrados "como árvore" (v. 20), exaltados "por breve tempo" e depois "desaparecem" e "murcham como espigas" (v. 24).


Pense nisso como uma tendência viral nas redes sociais: intensa e visível por um momento, mas rapidamente substituída e esquecida. Da perspectiva eterna de Deus, a injustiça que nos parece tão sólida é frágil e passageira. Seu sucesso é como um castelo de areia elaborado demais perto da maré alta; impressiona por um instante, mas o olhar de Deus já vê a onda chegando.


Entretanto, e aqui reside a tensão que Jó expressa tão honestamente, ele reconhece a soberania vigilante de Deus mesmo na permissão temporária. Ele afirma que Deus "arrasta os poderosos pela sua força" e, de forma desconcertante, "pode deixá-los sentir-se seguros" (vv. 22-23a).


Por que Deus permitiria essa aparente segurança àquele que age mal? Este é um dos mistérios profundos da soberania divina, cujos tempos e propósitos nem sempre compreendemos de imediato.


Mas a chave está na continuação do versículo 23: "sobre os caminhos deles os seus olhos vigiam."


Essa é a afirmação crucial. A permissão não significa aprovação nem esquecimento. O olhar de Deus é constante, penetrante, como uma câmera de segurança de altíssima resolução gravando tudo, 24/7. Mesmo que o alarme não soe imediatamente, o registro é completo. A prestação de contas virá. Deus vê. Ele sabe. Sua soberania inclui não apenas o poder de julgar, mas a prerrogativa de escolher o quando e o como, muitas vezes de formas que nos surpreendem.


Como essa verdade do "olhar que tudo vê" impacta nossa vida prática? Ela nos liberta da armadilha da comparação e da amargura, pois sabemos que o Juiz perfeito está observando. Ela nos chama à nossa própria integridade, pois se Deus vê os caminhos dos ímpios, vê também os nossos – que isso nos motive a viver de forma aberta e justa sob Seu olhar amoroso. E, finalmente, essa verdade é a base sólida da nossa esperança, firmada no caráter de Deus, não na visibilidade imediata da Sua justiça. Como nos lembra o autor aos Hebreus:

"Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." (Hebreus 4:13 NVI)   

Desafio: Quando a injustiça do mundo te abalar, lembre-se conscientemente: "Deus vê". Entregue sua frustração a Ele e escolha viver com integridade sob Seu olhar atento.


Oração: Pai Soberano, confessamos nossa dificuldade em ver a injustiça prosperar. Ajuda-nos a descansar na verdade de que Teus olhos veem todos os caminhos e que Tua justiça perfeita prevalecerá no tempo certo. Livra-nos da amargura e da inveja, e fortalece nossa fé para confiarmos em Ti completamente. Que a consciência do Teu olhar nos inspire a viver com integridade e amor. Em nome de Jesus, amém.


Hora de Refletir:

  1. Como a verdade de que "os olhos de Deus vigiam" (Jó 24:23) muda sua perspectiva sobre a injustiça que você vê?

  2. Em que áreas você precisa confiar mais no tempo e na justiça de Deus, em vez de buscar sua própria vindicação ou se desesperar?

  3. De que forma prática a consciência de viver sob o olhar de Deus pode motivar suas escolhas e ações nesta semana?

Sob o olhar que tudo vê, a verdadeira segurança não está na impunidade, mas na integridade.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança e fé a outras pessoas, compartilhando esse conteúdo e apoiando nosso ministério com suas orações e doações. Acesse o link e saiba como: www.propagandoapalavra.com.br/ajude-o-ministério. E não deixe de compartilhar esta reflexão com seus amigos e familiares! Gostou deste post? Deixe seu comentário abaixo!

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