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O INSENSATO EM MEU CORAÇÃO

Por: Pastor Flávio Macieira - 2025 | Salmo 14 na série "O CANCIONEIRO DA ALMA"

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Conhecemos o ditado: "o pior cego é aquele que não quer ver". Ele descreve aquela pessoa que, diante de todas as evidências, de todos os fatos, se recusa a enxergar a verdade porque a realidade é inconveniente demais. É o marido que ignora os sinais da traição, o empresário que nega a falência iminente, o paciente que descarta o diagnóstico do médico. É uma cegueira voluntária, uma escolha de viver em uma realidade paralela para evitar o desconforto da verdade.


O Salmo 14 pega esse provérbio e o eleva a um nível cósmico. Ele descreve a forma mais perigosa de cegueira voluntária: o ateísmo prático. O salmista não está falando do ateu intelectual que escreve livros de filosofia, mas de algo muito mais comum e, talvez, mais perigoso: o "insensato" que vive o seu dia a dia como se Deus não existisse. Ele pode até acreditar em um "poder superior" de forma vaga, mas em suas decisões, em suas atitudes, em seu coração, ele vive como um órfão no universo.


Davi nos mostra o diagnóstico que Deus faz dessa condição:

“O insensato diz em seu coração: ‘Deus não existe’. Todos se corromperam e praticam atos detestáveis; ninguém faz o bem. O Senhor olha dos céus para a humanidade, a fim de ver se há alguém que tenha entendimento, se há alguém que busque a Deus. Todos, porém, se desviaram, todos se corromperam; ninguém faz o bem, não há um sequer. (...) Quem dera de Sião viesse a salvação para Israel! Como Jacó se alegrará! Como Israel exultará quando o Senhor restaurar seu povo!” Salmo 14:1-3, 7 (NVT)

Há uma honestidade brutal neste diagnóstico. A palavra hebraica para "insensato" é nabal, que não significa uma deficiência intelectual, mas uma perversidade moral. É uma escolha de fechar os olhos para a evidência mais óbvia da criação e da consciência. E qual o resultado dessa cegueira? Corrupção. Quando se remove Deus da equação, a bússola moral se quebra. Se não há um Juiz final, se não há um padrão de santidade, então tudo é permitido.

Eu confesso que é muito fácil para mim ler este Salmo e apontar o dedo para o "mundo lá fora". Mas o apóstolo Paulo, em Romanos 3, cita exatamente este Salmo para provar que todos nós, sem exceção, nascemos com essa insensatez no coração. "Ninguém faz o bem, não há um sequer". Essa é a condição humana universal. Dentro de cada um de nós existe um "insensato" que gostaria de viver sem ter que prestar contas a ninguém.


É por isso que o Salmo não termina em desespero, mas com um anseio: "Quem dera de Sião viesse a salvação!". O salmista, ao diagnosticar a doença terminal da humanidade, olha para o único lugar de onde poderia vir a cura. Para nós, que lemos com os olhos do Novo Testamento, sabemos que de Sião, de Jerusalém, veio A Salvação. Jesus Cristo é a resposta para a insensatez do nosso coração. Ele é a cura para a nossa cegueira voluntária.


Que tal confrontarmos o insensato em nosso próprio coração?


Pegue seu diário e seja honesto: em que área da sua vida você tem agido "como se" Deus não existisse? Pode ser na forma como você lida com seu dinheiro, no seu entretenimento secreto, em uma conversa onde você ignorou a verdade. Identifique uma área e confesse-a, não com culpa, mas com o alívio de quem finalmente admite a cegueira e pede pela luz. Termine a oração com as palavras do salmista: "Vem, Salvação de Sião, e restaura o meu coração".


Para que a salvação de Deus seja a nossa única esperança, vamos refletir juntos:

  • Além do ateísmo declarado, quais são as formas mais sutis de "ateísmo prático" que vemos em nossa cultura e em nossa própria vida?

  • Como a verdade de que "ninguém faz o bem, não há um sequer" pode, paradoxalmente, ser uma fonte de humildade e de graça?

  • De que maneira a vinda de Jesus é a resposta definitiva ao anseio do Salmo 14?


Vamos apresentar nossa insensatez ao Deus da sabedoria.


Senhor, eu olho para o diagnóstico do Teu Salmo e reconheço a mim mesmo. Há um insensato em meu coração que muitas vezes age como se o Senhor não existisse. Ele busca a autonomia, ignora a Tua verdade e se corrompe. Perdoa-me por essa cegueira voluntária. Eu não tenho justiça própria. Minha única esperança é a salvação que vem de Ti. Obrigado por enviares Jesus, a Salvação de Sião, para restaurar meu coração insensato e me dar novos olhos para ver. Em nome dEle eu oro. Amém.

O primeiro passo da sabedoria é reconhecer a insensatez do nosso próprio coração.

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