Meu Redentor Vive!
- Flávio Macieira
- 5 de abr.
- 4 min de leitura
Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

Mesmo no pó, a fé pode declarar uma esperança eterna.
"Eu sei que o meu Redentor vive e que no fim se levantará sobre a terra." (Jó 19:25 NVI)
Vindo das profundezas da angústia e do lamento que marcaram os versículos anteriores, onde Jó se sentia esmagado por Deus e abandonado pelos homens, surge um dos mais extraordinários gritos de fé de toda a Bíblia.
Antes de proferi-lo, Jó expressa um desejo intenso: que suas palavras, sua defesa, sua experiência fossem permanentemente gravadas, esculpidas na rocha com ferro e chumbo para sempre (Jó 19:23-24). Ele anseia por um testemunho duradouro, talvez sentindo que sua vindicação não viria nesta vida.
E é nesse contexto de desejo por permanência e justiça futura que ele declara sua certeza inabalável. O que essa explosão de fé, nascida em meio às cinzas, nos ensina hoje?
1. A Certeza Inabalável no Redentor Vivo.
"Eu sei que o meu Redentor vive...", afirma Jó (v. 25a). Note a força da declaração: "Eu sei". Não é "eu acho", "eu espero que sim", mas uma convicção profunda que brota da alma, desafiando toda a evidência contrária de sua vida naquele momento. Quem é esse Redentor (em hebraico, Go'el)? Era o parente mais próximo que tinha o dever de proteger, vingar e redimir um membro da família em necessidade.
Jó, sentindo-se sem apoio humano, projeta sua esperança em um Redentor celestial, Alguém que assumiria sua causa e o vindicaria. Mais importante: esse Redentor está vivo! Mesmo que tudo ao redor de Jó parecesse morte e abandono, ele se agarra à realidade de um Deus vivo e atuante, que não é indiferente à sua causa. Essa fé não se baseia em sentimentos ou circunstâncias favoráveis, mas em quem Jó sabe que Deus é.
Que inspiração para nós! Em nossos dias de escuridão, quando as emoções vacilam e as circunstâncias gritam o contrário, somos chamados a declarar pela fé: "Eu sei! Meu Redentor vive!", baseando nossa esperança não no que vemos ou sentimos, mas na rocha imutável do caráter de Deus e em Sua promessa.
2. A Esperança Pessoal e Íntima de Ver a Deus.
A fé de Jó não para na vindicação terrena ou futura; ela se projeta para a eternidade, para um encontro pessoal com o próprio Deus. "...depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu o verei com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro!" (v. 26-27a NVI).
Que esperança transcendente! Mesmo prevendo a desintegração de seu corpo físico, Jó antecipa um momento em que, de alguma forma, ele verá a Deus. E não será uma visão distante ou por procuração – "eu mesmo, e não outro". É a expressão de um anseio profundo por intimidade e comunhão direta com o Criador, uma sede que nem o sofrimento mais atroz conseguiu apagar. Tanto que ele conclui: "Como anseia no meu íntimo o meu coração!" (v. 27b NVI).
Essa é a esperança última do crente: não apenas a solução dos problemas terrenos, mas a visão beatífica, o encontro face a face com Aquele que nos amou e se entregou por nós. Essa esperança nos sustenta nas tribulações presentes, lembrando-nos de que nossa pátria final e nosso maior tesouro estão além desta vida.
3. O Alerta Contra o Julgamento Precipitado.
Após essa sublime declaração de fé, Jó volta-se para seus amigos com uma advertência séria (v. 28-29). Se eles persistirem em persegui-lo, assumindo que a "causa deste mal se acha nele", deveriam temer. Por quê? Porque suas acusações infundadas e sua falta de compaixão são, em si, dignas de juízo ("temei, pois, a espada... há um juízo"). Eles estavam agindo como juízes de uma causa que não compreendiam, e pior, estavam julgando mal o caráter de Jó e, indiretamente, a soberania de Deus. É um lembrete poderoso para nós sobre o perigo de emitir julgamentos apressados sobre o sofrimento alheio. Não conhecemos todas as circunstâncias, muito menos os propósitos de Deus.
Nossa função não é ser juiz da dor do outro, mas, como vimos no clamor anterior de Jó, ser um canal da compaixão divina.
Essa passagem extraordinária, portanto, nos convida a olhar para além das nossas circunstâncias presentes. Ela nos chama a ancorar nossa fé na realidade de um Redentor vivo e na esperança de um encontro futuro com Ele, ao mesmo tempo em que nos adverte sobre a arrogância de julgar os caminhos de Deus na vida dos outros. Como o apóstolo João escreveria séculos depois, essa esperança de ver a Deus como Ele é nos purifica e nos fortalece:
"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é." (1 João 3:2 NVI)
Que a fé de Jó, essa chama que brilhou nas mais densas trevas, inspire nossa própria jornada.
Desafio:
Em meio a qualquer dificuldade que você esteja enfrentando, procure hoje declarar pela fé, como Jó: "Eu sei que o meu Redentor vive!". Além disso, reflita se você tem sido rápido em julgar a situação de alguém que está sofrendo. Peça a Deus um coração mais compassivo e sábio.
Oração:
Meu Redentor e Senhor, Tu que vives e reinas para sempre! Como Jó, quero declarar minha fé em Ti, mesmo quando as circunstâncias ao meu redor parecem dizer o contrário. Firma meus pés na Rocha da Tua verdade. Aumenta minha esperança na promessa de um dia Te ver face a face. Guarda meu coração de julgar meus irmãos e enche-me da Tua compaixão para com os que sofrem. Que minha vida seja um testemunho do Teu poder redentor. Em Teu precioso nome Senhor Jesus faço essa singela oração, amém.
Hora de Refletir:
Como a certeza de que seu "Redentor vive" impacta a forma como você enfrenta suas lutas diárias?
De que maneira a esperança de "ver a Deus" pessoalmente no futuro pode trazer consolo e perspectiva para o seu presente?
Você já se viu na posição dos amigos de Jó, tentando "explicar" o sofrimento de alguém? Como o alerta de Jó (v. 28-29) te desafia a mudar?
A fé genuína enxerga o Redentor vivo mesmo através das cinzas do sofrimento.
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