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Lições Selvagens

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

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A criação selvagem, em sua liberdade e mistério, reflete a sabedoria surpreendente do Criador.

"Quem pôs livre o jumento selvagem? [...] Deus não lhe deu sabedoria [ao avestruz] nem lhe concedeu entendimento. Contudo, quando se levanta para correr, ela ri do cavalo e do seu cavaleiro." (Jó 39:5, 17-18 NVI)

Continuando Sua resposta a Jó do meio do redemoinho, Deus agora volta Sua atenção para o reino animal. Mas os exemplos que Ele escolhe são intrigantes. Ele não fala primariamente de animais domésticos ou "úteis" ao homem, mas de criaturas selvagens, indomáveis, e até mesmo de comportamento aparentemente paradoxal. Através deles, Deus continua a confrontar a perspectiva limitada de Jó, revelando aspectos surpreendentes de Sua própria sabedoria, liberdade e propósito criativo.


Primeiro, Deus aponta para a liberdade indomável e o mistério de certas criaturas (vv. 1-12). Ele pergunta a Jó se ele conhece o tempo exato do parto das cabras montesas ou das corças (vv. 1-2) – eventos que ocorrem longe dos olhos humanos, em lugares selvagens, mas sob o olhar atento do Criador. Ele descreve o jumento selvagem (vv. 5-8), um animal que Ele mesmo libertou, que despreza o barulho da cidade e encontra seu lar no deserto árido, contente com o que a natureza lhe oferece. E fala do boi selvagem (vv. 9-12), imensamente forte, mas que se recusa teimosamente a servir ao homem ou a ser domesticado para o trabalho agrícola.


O que Deus está dizendo com esses exemplos? Talvez que Ele se deleita em criar e sustentar vida que existe fora do nosso controle e da nossa lógica utilitária. Nem tudo na criação foi feito primariamente para nos servir. Existe uma beleza e um propósito na liberdade selvagem, na força indômita, nos ciclos naturais que ocorrem longe da nossa intervenção. Isso aponta para a própria liberdade soberana de Deus, que não está preso às nossas expectativas ou necessidades. Ele é o Deus do selvagem e do indomável, tanto quanto do familiar e do útil.


Em seguida, Deus apresenta o estranho caso do avestruz (vv. 13-18), um exemplo de sabedoria paradoxal na criação. Eliú descreve como o avestruz parece negligente com seus ovos, deixando-os no chão à mercê do perigo (vv. 14-16). Afirma que Deus "não lhe deu sabedoria nem lhe concedeu entendimento" (v. 17), pelo menos não da forma como nós a definiríamos.


Contudo, essa mesma criatura aparentemente "sem juízo" possui uma habilidade extraordinária: quando se põe a correr, sua velocidade supera a do cavalo de guerra mais rápido, fazendo-a "rir" de seus perseguidores (v. 18)! Que contraste!


Essa descrição nos ensina algo profundo sobre a sabedoria criativa de Deus. Seus projetos não seguem necessariamente nossa lógica linear de "inteligência" ou "eficiência". Ele distribui dons e características de maneiras diversas e, por vezes, surpreendentes. Uma aparente fraqueza em uma área pode ser compensada por uma força notável em outra, tudo dentro do Seu plano maior. Isso nos desafia a não julgar apressadamente pela aparência ou por padrões puramente humanos. A sabedoria de Deus é multifacetada, às vezes paradoxal, e sempre soberana.


Essas "lições selvagens" de Jó 39 nos convidam, acima de tudo, à humildade. Reconhecemos que não somos o centro do universo e que a sabedoria de Deus transcende infinitamente a nossa. Somos chamados a apreciar a diversidade da criação como um reflexo da criatividade ilimitada de Deus. E, finalmente, podemos confiar na soberania do Deus que projeta com detalhes tão específicos e sustenta até mesmo as criaturas mais selvagens e peculiares. Se Ele cuida delas com tal sabedoria, podemos confiar que Ele tem um plano sábio para nós, mesmo quando Seus caminhos nos parecem misteriosos ou paradoxais. Como Paulo exclamou, ecoando a mesma admiração:

"Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos!" (Romanos 11:33 NVI)   

Desafio: Observe um animal ou aspecto "selvagem" da natureza ao seu redor esta semana – pode ser um pássaro livre, um inseto com um comportamento peculiar, a força do vento. Em vez de apenas passar os olhos, pare e pergunte: "O que a existência ou o comportamento disso me ensina sobre a liberdade, a criatividade ou a sabedoria surpreendente de Deus?". Deixe a criação selvagem te ensinar sobre o Criador.


Oração: Deus Criador, Soberano e Sábio, nós Te louvamos pela incrível diversidade e beleza da Tua criação, incluindo as criaturas selvagens e indomáveis que revelam Tua liberdade e poder. Perdoa nossa visão muitas vezes limitada e utilitarista. Ajuda-nos a ter humildade para reconhecer que Tua sabedoria vai além da nossa lógica e a confiar em Teus propósitos, mesmo quando parecem paradoxais. Que possamos ver Tua assinatura em toda a criação e Te adorar por Tua majestade. Em nome de Jesus, amém.


Hora de Refletir:

  1. Como a ideia de que Deus se deleita naquilo que é "selvagem" e "indomável" (não apenas no que é útil para nós) muda sua perspectiva sobre a natureza ou sobre o próprio Deus?

  2. Você consegue pensar em alguma situação ou pessoa que, como o avestruz, pode parecer ter "falhas" óbvias, mas possui forças ou qualidades surpreendentes que você talvez não tenha valorizado?

  3. De que maneira específica a contemplação da sabedoria de Deus na natureza pode fortalecer sua confiança Nele em meio aos seus próprios desafios e perguntas?

Na liberdade do jumento selvagem e na velocidade do avestruz, ecoa a sabedoria surpreendente do Criador indomável.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança e fé a outras pessoas, compartilhando esse conteúdo e apoiando nosso ministério com suas orações e doações. Acesse o link e saiba como: www.propagandoapalavra.com.br/ajude-o-ministério. E não deixe de compartilhar esta reflexão com seus amigos e familiares! Gostou deste post? Deixe seu comentário abaixo!

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