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Lições Divinas na Prova

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

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Poderia a aflição ser, às vezes, a sala de aula inesperada de Deus?

"Mas aos aflitos ele livra por meio da aflição e lhes fala ao ouvido por meio da opressão." (Jó 36:15 NVI)

Eliú pede mais uma vez paciência a Jó e aos ouvintes (Jó 36:2) e prossegue com seu último e mais longo discurso, buscando, segundo ele, defender a justiça de Deus. Neste capítulo, ele apresenta uma visão sobre o sofrimento que difere tanto da acusação direta dos amigos quanto do lamento perplexo de Jó. Eliú sugere que a aflição pode ser um instrumento pedagógico nas mãos de um Deus justo e poderoso.


Ele começa reafirmando a grandeza e a justiça de Deus: "Deus é poderoso, mas não despreza os homens; é poderoso e firme em seu propósito. Não preserva a vida do ímpio, mas dá justiça aos aflitos" (vv. 5-6). Então, raciocina Eliú, se Deus cuida dos justos (v. 7), por que permitiria que sofressem? É aqui que ele introduz a ideia da dor como um "alerta" divino. Se os justos se encontram "presos em grilhões, amarrados com cordas de aflição" (v. 8), Deus usa essa situação para "revelar-lhes o que fizeram de errado" e chamá-los ao arrependimento (vv. 9-10). A aflição, nessa perspectiva, tem o poder de "falar ao ouvido" (v. 15), de abrir nossa percepção para algo que precisamos corrigir.


É como um sinal de alerta que acende no painel do carro. A luz vermelha não é agradável, mas ignorá-la pode levar a um dano maior. Prestar atenção e levar o carro ao mecânico é a resposta sábia. Da mesma forma, Eliú sugere que a resposta à aflição "instrutiva" determina o resultado: ouvir e obedecer leva à restauração e prosperidade (v. 11); recusar-se a ouvir leva à ruína (v. 12).


É crucial abordar essa perspectiva com cuidado. Eliú oferece uma possível explicação para alguns tipos de sofrimento. Nem toda dor é resultado direto de um pecado específico ou uma disciplina corretiva (o próprio livro de Jó é prova disso!). Contudo, não podemos descartar a possibilidade de que um Deus amoroso e santo use, sim, circunstâncias difíceis para nos despertar, nos moldar e nos chamar de volta para Seus caminhos.


Para fundamentar essa ideia, Eliú passa a exaltar a grandeza incomparável do Mestre (vv. 22-33). "Deus é exaltado em seu poder. Que mestre há semelhante a ele?" (v. 22). Ele pergunta quem pode prescrever os caminhos de Deus ou acusá-Lo de injustiça (v. 23). Em seguida, aponta para as obras magníficas e muitas vezes misteriosas de Deus na natureza – a chuva que sustenta e julga (vv. 27-31), o trovão e o relâmpago que manifestam Seu poder (vv. 32-33), a grandiosidade que está além da nossa compreensão (v. 26).


Qual a conexão? Se Deus demonstra tamanho poder, sabedoria e controle sobre a criação, podemos confiar que Seus métodos de "ensino" em nossas vidas, mesmo quando envolvem a "sala de aula" da aflição, vêm desse mesmo caráter poderoso, justo e, em última análise, bom – ainda que Seus caminhos sejam insondáveis para nós.


Isso nos chama a uma postura ensinável diante das provações. Em vez de apenas resistir ou nos desesperar, podemos cultivar um coração que pergunta com humildade: "Senhor, há algo que posso aprender aqui? Há alguma área em que preciso mudar ou crescer?". Mesmo que a dor não seja uma disciplina direta, toda dificuldade é uma oportunidade para aprofundar nossa confiança, refinar nosso caráter e experimentar a suficiência da graça de Deus. A Palavra nos confirma que a disciplina divina, embora dolorosa no momento, tem um propósito benéfico:

"Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados." (Hebreus 12:11 NVI)   

A chave, como Eliú destaca, está em nossa resposta: ouvir, aprender e nos voltar para Deus (v. 11), em vez de nos entregarmos à teimosia ou à maldade (vv. 12-13, 21).


Desafio: Pense em uma dificuldade ou provação que você está enfrentando ou enfrentou recentemente. Com um coração aberto e humilde, pergunte a Deus: "Pai, existe alguma lição específica que o Senhor deseja me ensinar através desta situação? Ajuda-me a ter um espírito ensinável." Esteja aberto para aprender na "sala de aula" da aflição.


Oração: Deus Soberano, nosso Mestre Sábio e Justo. Reconhecemos Teu poder e Tua grandeza insondáveis. Perdoa-nos quando resistimos ao Teu ensino ou duvidamos dos Teus propósitos em meio às provações. Dá-nos um coração humilde e ensinável, disposto a aprender as lições que Tu tens para nós, mesmo que venham por caminhos difíceis. Ajuda-nos a discernir Tua voz na aflição e a responder com fé e obediência, confiando que Teu objetivo final é sempre nosso bem e Tua glória. Em nome de Jesus, amém.


Hora de Refletir:

  1. Como você normalmente reage quando enfrenta dificuldades? Sua primeira resposta inclui perguntar a Deus se há algo a aprender?

  2. Refletindo sobre o passado, você consegue identificar como Deus usou um período de aflição para te ensinar algo valioso ou te tornar mais maduro na fé?

  3. O que significa ter um "espírito ensinável" na prática, especialmente durante tempos difíceis?

Mesmo na dureza da prova, o Mestre Sábio pode estar abrindo nossos ouvidos para Suas lições mais profundas.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança e fé a outras pessoas, compartilhando esse conteúdo e apoiando nosso ministério com suas orações e doações. Acesse o link e saiba como: www.propagandoapalavra.com.br/ajude-o-ministério. E não deixe de compartilhar esta reflexão com seus amigos e familiares! Gostou deste post? Deixe seu comentário abaixo!

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