A ÂNCORA EM MEIO À TEMPESTADE
- Flávio Macieira
- 26 de ago.
- 3 min de leitura
Por: Pastor Flávio Macieira - 2025
Dia 4 da série "A Alma Nua: Encontrando Deus na Honestidade Radical dos Salmos".

Imagine que você está em uma competição longa e desgastante. Você treinou por anos, seguiu todas as regras, sacrificou tempo e energia, agindo com integridade a cada passo. Ao seu lado, no entanto, há outro competidor que corta caminho, quebra as regras e usa de trapaça para avançar. E, para sua total frustração, ele não apenas se dá bem, como parece prosperar. Ele recebe os aplausos, conquista as recompensas e vive uma vida de aparente facilidade, enquanto você, que fez tudo certo, mal consegue se manter na corrida. Esse sentimento de injustiça, essa raiva justa que ferve por dentro, pode ser um veneno para a alma. Ele nos tenta a pensar: "Qual é o sentido de ser fiel se os infiéis é que vencem?".
É precisamente deste lugar de confusão e frustração que o salmista Asafe nos escreve. Ele era um homem de Deus, um líder de louvor no templo, e ainda assim, ao olhar ao redor, sua fé foi abalada pela prosperidade dos ímpios. Ele confessa com uma honestidade chocante:
Quanto a mim, meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade dos maus... eles não têm dores; seu corpo é forte e sadio... zombam e falam com malícia; em sua arrogância, ameaçam fazer opressão. Certamente foi inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência! Salmo 73:2-3, 4, 8, 13 (NVT)
Asafe nos dá voz quando olhamos para a corrupção, para a desonestidade que é recompensada, para o mal que parece florescer sem consequências, e nosso coração grita: "Isso não é justo!". Ele admite a inveja e a dúvida que corroíam sua fé. Ele nos mostra que é permitido lutar com a aparente ausência da justiça de Deus neste mundo. Sua honestidade é um alívio, pois nos liberta da pressão de ter que fingir que nunca nos sentimos assim.
Mas Asafe não para na beira do abismo da amargura. Ele nos mostra a saída. A virada em seu coração acontece quando ele muda sua perspectiva. Ele diz: "até que entrei no santuário de Deus; então compreendi o destino deles" (v. 17). O "santuário" não era apenas um lugar físico; era um lugar de perspectiva divina. Ao se aproximar de Deus, Asafe parou de olhar para a vida dos ímpios do ponto de vista terreno e começou a vê-la do ponto de vista da eternidade. Ele entendeu que a prosperidade deles era escorregadia e o destino final, a ruína. E, mais importante, ele redescobriu a verdade mais preciosa de todas: "a quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti" (v. 25). A presença de Deus era sua verdadeira recompensa, sua âncora em meio à tempestade da injustiça.
Que tal levar sua frustração para o "santuário"?
O passo de fé hoje é um exercício de mudança de perspectiva. Pense em uma situação específica de injustiça que está pesando em seu coração. Em seu diário, primeiro, seja como Asafe nos versículos iniciais: escreva honestamente toda a sua frustração e confusão sobre essa situação. Depois, force-se a fazer a "virada" do versículo 17. Escreva uma oração pedindo a Deus que lhe dê a perspectiva do "santuário". Finalize escrevendo o versículo 25 como sua declaração de fé: "A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti."
Agora, permita-se um momento de reflexão honesta:
Ver a aparente prosperidade dos "maus" ou injustos já te fez questionar o valor da sua própria fidelidade a Deus?
O que o "santuário" representa para você? Qual é o seu lugar ou prática para se reconectar com a perspectiva de Deus?
Você acredita, de verdade, que a presença de Deus é uma recompensa maior do que qualquer sucesso ou justiça terrena?
Vamos ancorar nossa alma em Deus.
Senhor, eu confesso que, como Asafe, meus pés têm tropeçado. Olho para o mundo e vejo a injustiça prosperar, e isso abala minha fé e enche meu coração de amargura. Perdoa-me pela inveja e pela dúvida. Convida-me a entrar no Teu santuário. Muda minhas lentes. Mostra-me a realidade da perspectiva da eternidade. E, acima de tudo, lembra-me que a maior de todas as bênçãos não é a ausência de problemas, mas a certeza da Tua presença. Tu és a minha porção e a minha força. Isso me basta. Em nome de Jesus, Amém.
A injustiça do mundo perde seu poder quando a presença de Deus se torna nosso prêmio.
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