A Resposta Inesperada de Deus
- Flávio Macieira
- 5 de mai.
- 4 min de leitura
Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

Às vezes, a resposta de Deus não vem como explicação, mas como um convite a contemplar Sua grandeza.
"Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento? [...] Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe tanto!" (Jó 38:2, 4 NVI)
Finalmente, após capítulos de silêncio divino e intenso debate humano, Deus fala. Mas Sua resposta, vinda do meio de um redemoinho (Jó 38:1), não é nada do que Jó, seus amigos, ou talvez até nós, esperaríamos. Deus não oferece a Jó um diagnóstico de sua situação, nem uma explicação detalhada dos motivos de seu sofrimento, nem mesmo palavras diretas de consolo imediato. Em vez disso, Ele responde com perguntas. Dezenas delas. Perguntas que expõem a vastidão de Sua sabedoria e poder na criação, e a pequenez do entendimento humano.
A abordagem divina é direta e confrontadora. Deus começa questionando Jó: "Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?" (v. 2). E o desafia: "Prepare-se como simples homem; vou fazer perguntas a você, e você me responderá." (v. 3). A ironia é palpável. Deus então lança a primeira de suas perguntas icônicas: "Onde você estava quando lancei os alicerces da terra?" (v. 4).
O objetivo aqui não é humilhar Jó por prazer, mas sim recalibrar sua perspectiva. Jó, em sua dor compreensível, havia chegado perto de acusar Deus de má gestão ou injustiça. Deus o chama de volta à realidade de quem Ele É: o Criador Todo-Poderoso e Sábio, cujos caminhos e conhecimentos transcendem infinitamente a compreensão humana. É um chamado necessário à humildade intelectual e espiritual diante do Mistério divino.
Deus continua Seu "interrogatório cósmico", apontando para os mistérios insondáveis da criação (vv. 8-21). Ele pergunta a Jó se ele estava presente ou se tem o poder para:
Represar o mar impetuoso e estabelecer seus limites (vv. 8-11).
Comandar a chegada da manhã ou determinar a extensão da terra (vv. 12-18).
Compreender a natureza e a morada da luz e das trevas (vv. 19-20).
Conhecer os depósitos de neve e granizo, reservados para tempos de angústia e guerra (v. 21 - aqui Deus usa uma ironia cortante: "Você deve saber, pois você já tinha nascido! Você já viveu tantos anos!").
Essas perguntas não são um teste de ciências. São demonstrações vívidas do poder, da sabedoria e do controle íntimo de Deus sobre o universo que Ele mesmo criou. Cada pergunta ressalta o contraste gritante entre a ignorância humana e a onisciência divina.
Pense em nossa era de informação e avanço científico. Sabemos muito mais sobre o universo hoje do que Jó jamais poderia imaginar. No entanto, as perguntas de Deus ainda ecoam com força. Ainda lutamos com mistérios fundamentais sobre a origem do cosmos, a natureza da matéria escura, a essência da consciência. Quanto mais descobrimos, mais percebemos a vastidão do que não sabemos. A fala de Deus a Jó continua sendo um lembrete poderoso dos nossos limites.
O que essa resposta inesperada de Deus nos ensina? Primeiro, a necessidade de humildade perante o mistério. Nem tudo nesta vida terá uma explicação clara e lógica aos nossos olhos. Precisamos aceitar que os caminhos de Deus são mais altos que os nossos (Isaías 55:9).
Segundo, a importância de mudar o foco. Deus não respondeu diretamente ao "porquê" do sofrimento de Jó, mas o convidou a contemplar o "Quem" de Deus. Mudar nosso foco da nossa dor para a grandeza e a sabedoria do nosso Deus pode trazer uma perspectiva transformadora, mesmo que não elimine a dor imediatamente.
Terceiro, a base para a confiança no Criador. O Deus que comanda o mar e a alvorada, que conhece os segredos da luz e das trevas, é Aquele que está no controle soberano de nossas vidas. Se Ele administra o universo com tal poder e precisão, podemos confiar em Sua sabedoria e bondade para administrar nossa pequena existência, mesmo quando não entendemos Seus métodos. Como disse o salmista:
"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes?" (Salmo 8:3-4a NVI)
A resposta de Deus, embora não seja uma explicação, é um convite à confiança fundamentada em Sua majestade.
Desafio: Da próxima vez que você se pegar exigindo respostas de Deus sobre algo que não compreende, tente mudar a pergunta. Em vez de "Por quê, Senhor?", pergunte "Quem és Tu, Senhor?". Pegue um tempo para ler Salmos que exaltam a criação (como o Salmo 8, 19 ou 104) ou simplesmente observe a natureza ao seu redor. Deixe a grandeza de Deus reajustar sua perspectiva e fortalecer sua confiança.
Oração: Ó Deus Criador, magnífico em poder e insondável em sabedoria! Nós nos curvamos diante da Tua majestade revelada na criação. Perdoa nossa pequenez quando ousamos questionar Teus caminhos com palavras sem conhecimento. Ajuda-nos a trocar nossa necessidade de explicações pela confiança em Teu caráter. Que a contemplação da Tua grandeza nos traga humildade, perspectiva e uma fé mais profunda em Tua soberania e amor por nós. Em nome de Jesus, amém.
Hora de Refletir:
Como a vastidão e os mistérios do universo (ou da natureza) te ajudam a colocar seus próprios problemas em perspectiva?
De que forma focar em Quem Deus é, em vez de apenas no porquê das circunstâncias, pode mudar sua abordagem à oração e à fé?
Refletindo sobre Jó 38:1-21, qual aspecto do poder criativo de Deus mais te impressiona ou te leva à adoração?
A melhor resposta para nossos "porquês" nem sempre é uma explicação, mas um vislumbre da grandeza de Quem pergunta.
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