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A Resposta da Graça

Por: Pastor José Flávio Macieira — 2025

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Diante da imensidão do Criador, onde encontramos nosso lugar e justificação?

"Como pode o homem ser justo para com Deus? [...] Se nem mesmo a lua é brilhante e as estrelas são puras aos olhos dele..." (Jó 25:4a, 5 NVI)

No diálogo tenso entre Jó e seus amigos, chegamos à última e breve fala de Bildade. Talvez sentindo que os argumentos anteriores não surtiram efeito, ele lança mão de um recurso diferente: tenta silenciar Jó simplesmente exaltando a majestade esmagadora e a pureza absoluta de Deus. Bildade pinta um quadro do poder cósmico divino, um domínio tão vasto e uma santidade tão intensa que, em comparação, toda a criação – incluindo a humanidade – parece insignificante e impura. Ele então deixa no ar a pergunta que ecoa através dos séculos: diante de um Deus assim, "Como pode o homem ser justo?" (v. 4).


Bildade nos convida a olhar para cima. Ele descreve Deus estabelecendo ordem nas "alturas celestes" (v. 2), comandando exércitos incontáveis (anjos? estrelas?), e Sua luz alcançando a todos (v. 3). A pureza divina é tal, argumenta ele, que nem a lua ou as estrelas – símbolos de brilho e beleza para nós – são consideradas puras aos Seus olhos (v. 5).


Contemple por um instante as imagens recentes dos telescópios espaciais, como o James Webb. Vemos galáxias de uma beleza estonteante, nebulosas vastas e coloridas, uma imensidão que desafia nossa compreensão. Essa visão pode nos encher de admiração e nos dar uma pequena noção da grandeza do Criador que Bildade tentava descrever com as limitações de sua época. Diante dessa vastidão cósmica, é natural nos sentirmos pequenos.


É nesse ponto que Bildade desfere sua conclusão mais dura: se nem os corpos celestes são puros, "quanto menos o homem, que é verme, e o filho do homem, que é vermezinho!" (v. 6). A comparação é chocante, quase brutal. Bildade usa a grandeza de Deus não para inspirar esperança, mas para enfatizar a desesperança da condição humana em tentar se justificar perante Ele.


E há uma verdade inegável no argumento de Bildade: por nós mesmos, somos incapazes de atingir o padrão de santidade perfeita de Deus. Nenhum esforço humano, nenhuma obra, nenhuma justiça própria pode nos tornar "justos" ou "puros" diante do Criador absolutamente santo. Se parássemos aqui, com a perspectiva de Bildade, o cenário seria desolador.


Mas, graças a Deus, a história não termina com a pergunta de Bildade! Ele identificou o problema corretamente, mas não vislumbrou a solução divina. A pergunta "Como pode o homem ser justo para com Deus?" tem uma resposta, mas ela não se encontra em nossa capacidade, e sim na iniciativa graciosa do próprio Deus.


A resposta não é o nosso esforço, mas a Sua graça. A resposta não é a nossa pureza, mas o Seu perdão. A resposta não é a nossa justiça, mas a justiça de Cristo que nos é creditada pela fé. Bildade viu o verme, mas não viu o homem criado à imagem de Deus, alvo de um amor redentor tão grande que o próprio Deus se fez carne para nos resgatar.


Isso nos leva a duas atitudes fundamentais. Primeiro, uma humildade radical. Reconhecer a majestade de Deus nos livra do orgulho e da autossuficiência. Sim, somos pequenos diante da Sua imensidão, e nossa justiça própria é como trapo de imundícia (Isaías 64:6). Segundo, uma gratidão transbordante. A justificação não é algo que conquistamos, mas um presente que recebemos! Nossa posição diante de Deus não depende de nosso desempenho, mas da obra perfeita de Jesus na cruz. Que alívio! Que segurança! Como o apóstolo Paulo celebra:

"Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9 NVI)   

Desafio: Tire um momento hoje para contemplar a grandeza de Deus (olhe para o céu, veja uma foto do espaço!) e deixe a humildade crescer em seu coração. Em seguida, volte seu olhar para a cruz de Cristo e agradeça profundamente pela graça imerecida que te justifica e te faz aceito diante do Pai. Abandone qualquer tentativa de se auto justificar e descanse na obra Dele.


Oração: Deus Majestoso e Santo, ficamos maravilhados diante da Tua grandeza que sustenta o universo e da Tua pureza que nem as estrelas podem igualar. Reconhecemos nossa pequenez e nossa total incapacidade de nos tornar justos por nós mesmos. Mas graças Te damos, ó Pai, pelo dom inefável da Tua graça em Jesus Cristo! Obrigado porque, por meio da fé Nele, somos perdoados, purificados e declarados justos aos Teus olhos. Ajuda-nos a viver em humildade e gratidão transbordante por tão grande salvação. Em nome de Jesus, amém.


Hora de Refletir:

  1. Como a meditação na grandeza e santidade de Deus impacta a maneira como você se vê?

  2. Em quais áreas da sua vida você ainda pode estar sutilmente tentando "conquistar" o favor de Deus ou se justificar por suas próprias ações?

  3. De que forma prática você pode expressar sua gratidão pela graça da justificação nesta semana?

Diante da glória infinita, nossa única resposta é a humilde e a gratidão pela graça que justifica.

Você também pode nos ajudar a levar essa mensagem de esperança e fé a outras pessoas, compartilhando esse conteúdo e apoiando nosso ministério com suas orações e doações. Acesse o link e saiba como: www.propagandoapalavra.com.br/ajude-o-ministério. E não deixe de compartilhar esta reflexão com seus amigos e familiares! Gostou deste post? Deixe seu comentário abaixo!

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