A ARTE DE OUVIR O CORAÇÃO DO OUTRO
- Flávio Macieira
- 17 de nov.
- 3 min de leitura
Por: Pastor Flávio Macieira – 2025 | Série "PONTES, NÃO MUROS"
Vivemos em uma cultura barulhenta. Todos têm um megafone na mão, seja nas redes sociais ou nas conversas do dia a dia, e todos estão desesperados para serem ouvidos, validados e compreendidos. O resultado é um diálogo de surdos: falamos para as pessoas, não com elas. Entramos em conversas já preparando nossa resposta, nossa refutação ou nosso "ponto de vista bíblico", antes mesmo de o outro terminar a frase. Nesse ambiente de ruído, o ato de ouvir tornou-se uma raridade revolucionária. E se a ponte mais eficaz para o Evangelho não for um argumento eloquente, mas um ouvido atento?
A sabedoria bíblica nos oferece um protocolo de comunicação que contraria diretamente o nosso impulso de "ter razão": “...todos sejam prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se.” (Tiago 1:19, NVT).
Observe a ordem: ouvir vem primeiro. E deve ser "pronto", ou seja, ávido, intencional. Ouvir não é apenas esperar sua vez de falar; é um ato de hospitalidade espiritual. Quando ouvimos alguém de verdade — sem interromper, sem julgar imediatamente, sem formular respostas mentais — estamos comunicando algo poderoso: "Você tem valor. Sua história importa". Dietrich Bonhoeffer dizia que o primeiro serviço que devemos ao próximo é ouvi-lo. Em um mundo onde todos gritam, o cristão que escuta com empatia se torna um oásis. A escuta quebra defesas que nenhum argumento conseguiria derrubar. Antes de falar ao outro sobre o amor de Deus, precisamos demonstrar esse amor ouvindo o coração dele.
Para praticar essa arte hoje, adote a postura da "santa curiosidade". Em sua próxima conversa (seja com seu cônjuge, um filho ou um colega), faça uma pergunta aberta: "Como você está se sentindo realmente sobre isso?" ou "Me conte mais sobre o que você pensa". E então, cale-se. Ouça para entender, não para responder.
Para aprofundar essa entrega, reflita honestamente sobre estas questões:
Você costuma ouvir as pessoas para entendê-las ou apenas para encontrar uma brecha para dar sua opinião?
Como você se sente quando alguém realmente para tudo para te ouvir? Como isso afeta sua abertura para o que essa pessoa tem a dizer depois?
Qual é o maior obstáculo para você ser "tardio para falar" (ansiedade, orgulho, desejo de corrigir)?
Vamos levar essa verdade ao Pai em oração: Pai, confesso que muitas vezes sou rápido para falar e lento para ouvir. Meu desejo de ter razão ou de "corrigir" as pessoas muitas vezes atropela o meu amor por elas. Perdoa-me por usar minhas palavras como muros, e não meus ouvidos como pontes. Dá-me a graça da paciência. Ensina-me a arte de ouvir o coração do outro com a mesma compaixão com que Tu me ouves. Que minha escuta seja um reflexo do Teu amor. Em nome de Jesus. Amém.
Ouvir é o preço que pagamos pelo direito de sermos ouvidos. Hoje, treinamos a arte de ouvir. Mas, à medida que ouvimos pessoas que pensam muito diferente de nós, é fácil focar apenas no que discordamos. Como construímos uma ponte quando a discordância é enorme? Amanhã, vamos descobrir como encontrar um terreno sólido de concordância, o "solo comum", antes de começarmos a construir.
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